227. SÓ O BARBEIRO
julga que adormeço
saboreio
o tempo
Sigo as bicadas
a desenharem-me no pescoço
a sombra das orelhas
rio com as cócegas
vejo
como na infância
a mão pousando a tesoura em forma de A
oiço falar de jogos
E adormeço
António Reis - Poemas Quotidianos, Portugália (col. «Poetas de Hoje»), Lisboa, 1967; p. 114, Tinta da China, Lisboa, 2017.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home