122. PROJECTO "NORDESTE" - e o cinema em democracia
E o Cinema em Democracia
Questionário da revista Cinéfilo
Pergunta – Acabada, aparentemente, a censura e encontrando-se os cineastas numa nova situação política, de que modo acha que o cinema português pode responder ou inserir-se nesta nova realidade?
No seu caso particular, mantém os projectos anteriores ou, se os altera, em que sentido e porquê?
Responderam os cineastas Manuel Guimarães, João Matos Silva e António Reis.
António Reis:
Acabada, aparentemente, a censura, que sempre oprimiu ou destruiu a criação cinematográfica, e, numa situação política que desejamos seja realmente desalienante, cremos que o cinema português deve ser a expressão de uma incómoda e atenta revolução permanente.
Esta atitude vital é impensável sem a linguagem cinematográfica, (especificamente), cujo domínio e articulação fundamentam o cinema como Arte. O alcance estético e humano de cada filme dependerá, evidentemente, do grau de compreensão da realidade histórica dia-a-dia vivida... da consciência política dessa realidade global em transformação... da capacidade imaginativa e artística de cada cineasta. Quanto ao Nordeste, mantemos os projectos anteriores:
a sua concepção não pactuava com nada e ninguém...
Mesmo a sombra de uma árvore era, é, esteticamente geopolítica, interveniente e revolucionária.
Cinéfilo, n.º 36, págs. 16-17, de 15-21 de Junho de 1974
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