060. CHEGA A TER GOSTO
Chega a ter gosto
a chuva
vista dos cafés
caindo sobre as estátuas
e a nostalgia
chega a ser morna
com fumo e álcool
na garganta
Até os homens
passarem junto aos vidros
Reais Molhados
Sem emoções instruídas
Pensando em remédios
e prestações
grisalhos
sem serem velhos
e falando sós
sem serem loucos
António Reis - Poemas Quotidianos, pág. 26, Porto, [1957].
Agradecimento: O António José Martins enviou-me cópia dos "Poemas Quotidianos". A Cristina M. Fernandes enviou-me uma interessante entrevista de Margarida Cordeiro, incluída na obra "Cineastas Portuguesas 1874-1956", Câmara Municipal de Lisboa, 2000. Muito obrigado a ambos!
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