segunda-feira, agosto 08, 2005

097. NA CIDADE ONDE ENVELHEÇO

Na cidade onde envelheço
não há brisa
há vento

A brisa é para o amor
e para os cabelos

Na cidade onde envelheço
a roupa tem de secar
durante a noite

os operários levantam-se cedo

e o seu amor é simples
e no trabalho


António Reis - Poemas Quotidianos, pág. 21, Porto, [1957].