203. NÃO DURMO AINDA
Só na cama
o tempo
ainda é meu
como a palavra
Discretamente
me agito
no colchão
Não penso em Deus
na morte
Imprimo
Aqueço-me
Escuto
conservo a posição
A Elsa dorme
Só na cama
o tempo ainda é dela
como um fruto
António Reis - Novos Poemas Quotidianos, pág. 43, Porto, [1959].
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